Portugal às postas

Podia ser um prato tradicional às postas, mas na realidade é mesmo todo um país que se corta às postas na cultura de mobilidade, ou direi antes mentalidade tacanha.

Fala-se muito em emigrar, mas há oportunidades cá dentro e há quem não esteja disposto a mudar-se para 300 kms da sua terra...mas dizem que mudam para 30.000. Será? Duvido.

Em números redondos, 70% da população do continente vive numa faixa de 80kms de largura entre Braga e Setúbal, depois queixam-se do trânsito e da falta de condições dos centros de saúde, e das promoções do pingo doce, é natural, estão lá todos, a rebentar pelas costuras.

A malta do Minho, está disposta a encontrar emprego desde que não passe o Porto, até onde o comboio chega sem ter de se mudar de linha.

A malta do Porto está disposta a ir até ao Porto, isso mesmo, até ali à estrada da circunvalação.

Os de Aveiro, acham que tudo o que há de inovação no país tem origem em ... Aveiro. Chegam a esquecer que Lisboa ainda é a capital deste cantinho à beira mar, e que é lá que estão as maiores empresas e algumas das mais inovadoras no mundo.

Coimbra vive num contexto diferente dos outros, estão dispostos a ir para 2 lados, até Leiria ou até Aveiro, mas têm de vir dormir a casa, são diferentes...ou então não.

Para os de Lisboa, há Lisboa, e tudo o que possa existir no país é campo, não se passa nada, só em Lisboa é que é bom, isso, e rendas de casa a preços exurbitantes, 45 minutos para chegar ao trabalho, comida cara e má, tanta opção de escolha que no meio de tanta coisa acaba-se por não se escolher nada na maior parte das vezes.

Depois há o resto do País que sempre migrou porque os investimentos foram feitos ora na capital ora na capita ora até na capital.

Dia 8 de Junho há uma nova oportunidade, diferente, genuinamente diferente, só precisas de te mexer.

Mexe-te!

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