Aviso: este é um tópico dos grandes, provavelmente sem fotos de comida ou de bebida, mas é sobre vida além do défice.
Não tenho dúvidas que esta música será um grande êxito nos próximos tempos. Passará vezes sem conta nas rádios, todos partilharemos no facebook, no twitter, no youtube, será usada como hino para muitas associações académicas e sindicatos como hinos das suas lutas...ou direi das suas ladainhas?
Eu sou da geração retratada, a mesma que Deolinda retrata na sua música, mas com uma diferença, sempre me incomodou esta condição! Não só a condição de se achar que não há um rumo, como a condição de achar que sou parvo. Fiz-me à vida!
E como eu há mais! Não sou único. Conheço muitos que lutam, que trabalham que estudaram, que continuam a estudar, aprendem e ensinam, e isto dia após dia, para hoje serem melhores do que foram ontem, e assim, não estagnar nesta geração que acha que o mal está nos outros, que o mal são os políticos, que o mal é o tempo, o banco e a euribor... é o sistema.
Estudei, trabalhei, voltei a estudar, cheguei a casa a horas tardias da universidade, para me levantar cedo no dia seguinte para ir trabalhar. Fui parvo? Sei que não, hoje não estaria aqui a viver além do défice.
Temos pessoas de valor, nem todos somos carneiros. Nem todos temos esta coisa de achar que não há solução.
Retenho algumas das primeiras palavras que ouvi quando cheguei à empresa onde hoje trabalho. "Chega desse nacional porreirismo que não nos leva a lado nenhum", "aqui não trabalhamos para ser os melhores de Portugal, não quero pensamentos pequenos...temos de ser os melhores do mundo". E não é que é verdade?
Sim, trabalho numa das melhores empresas para se trabalhar, no mundo!
Mas a malta porreira pá, desta geração que diz mal da missa, mas não sabe o que lá se passa, que diz mal do mundo mas não mexe uma palha, que acha que para se atingir objectivos é só estalar os dedos, que quer sempre começar por cima de tudo e de todos, não sai do cais. Tem medo!
Recentemente abracei um desafio novo, o que implicou mexer-me, sair do meu lugar, da minha zona de conforto. Obrigou-me a mudar, e claro a trabalhar mais hoje, do que trabalhava ontem.
Abri vagas na minha equipa, queres deixar de ser parvo e ver que tudo tem um caminho certo quando começamos bem, não olhando a mais 50€ ao fim do mês? Queres vir trabalhar comigo?
Ofereço as seguintes condições:
- Local sossegado onde ainda ouvem os passarinhos durante o horário do expediente.
- Equipa altamente motivada, dedicada e com um espírito de entreajuda de fazer invejar qualquer patrulha de escuteiros.
- Zona envolvente com, piscina, ginásio, serras para a prática de btt, pista de saltos de para-quedas e zona excepcional para para-pente e canyoning.
- Ensino escolar obrigatório com actividades extra curriculares (inglês, natação, música..) incluídas e indexadas ao rendimento de irs, com o valor máximo de 30€ mensal.
- Rendas de casa entre os 100€ (T1) os 300€ (T4) mensais
- Refeições completas, e com alimentos de qualidade, a um máximo de 6,5€
- Trabalho!
- Local de trabalho a 3 minutos a pé de casa.
A cada dia que passa, o refrão "São os loucos de Lisboa" faz mais sentido. E a música da Deolinda também. Agora só depende de ti, tenhas 18, 22, 35, 40 ou 60 anos. Cada um canta o fado que quer.
Deixo por isso um Obrigado aqueles em que acredito, e aqueles que mostram no dia a dia a sua entrega nas mais variadas artes e ofícios.
Obrigado Susana, Rita, Cristina, Pedro, Ricardo, Ricardo, Susana, Paulo, Filipa, Fernando, Gonçalo, Nuno, Ana, Sérgio, Cipriano, Nelson, Miguel, Ivo, Carlos, Hugo, Mário, Rodrigo, André, Rita, Célia, Cristiana, Jandira, Lúcio, Nuno, Manuel, Paulo, Pedro, Anji, Pedro, Teresa, José, Rui, Luís, Célia, Francisco, João, Francisco, Miguel, Acácio, Duarte, João, Hugo, Vasco, Susete, Joana, Nuno, João, João, Mónica, Catarina, Rodrigo, Pedro, António, Catarina, Inês, Alexandra, Sónia, Deolinda, David Fonseca, Nuno Markl, Leonor de Sousa Bastos, Rui Unas, Rita, Toni, ZéZé...e a ti, que ao ler isto, amanhã vais deixar de ser parvo!
Agora sim, dás a volta a isto!
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=K9K86B4v3g8
Abraço
Inspirador! Muito bom!
ResponderEliminarCom todo o respeito que mereces, não concordo. A geração que ali é retratada não é a tua, é uma mais jovem e que entrou (ou tentou) no mercado de trabalho numa altura bem mais difícil do que a de há 10 anos atrás. Além disso, a maior parte das pessoas que sofre o que alí é descrito também está em áreas profissionais bem mais complicadas do que aquela em que nós estamos (que só por acaso, é das que mais se safa nos dias de hoje).
ResponderEliminarAhhh anónimo, que pena tenho que não te identifiques para podermos tomar um café. Mas gostava de partilhar contigo que alguma das pessoas a quem agradeci são da geração que referes ser mais nova que eu. São é dos que não baixam os braços.
ResponderEliminarTens razão em algumas coisas, é das que mais se safa embora pese o facto que é também onde existe um nível de escravidão maior. Quantas pessoas conhecemos que trabalham 16 horas por dia, após semana, após meses. E isso não escravidão?
há 10 anos atrás já estava no mercado de trabalho à 5...a minha geração é aquela que queria ir para a Universidade e havia limites de entrada, no tempo em que ficavam as dezenas de milhares fora do ensino superior, a que tinha o destino traçado...ou então não.
Muito bom! Concordo a 100%! Parabéns Ricardo
ResponderEliminarRita Godinho
Para onde tenho de enviar o meu CV?
ResponderEliminarOlá Nuno,
ResponderEliminarpodes consultar mais detalhes em http://www.outsystems.com/company/careers/consultant/
Concordo e discordo! Não baixei os braços, fiz-me e faço-me à vida todos os dias... Mas uma coisa é fazermo-nos à vida com perspectivas, outra é sem obtenção de resultados! Sou surfista, e perdoa-me a analogia, mas uma coisa aprendi nestes dez anos que levo já desta actividade desportiva e que adapto à vida de todos os dias, tento superar-me todos os dias mas nunca luto contra as marés - e sabes porquê? porque nunca ganho... Quando se luta demais contra a maré desiste-se! Ou seja, uma sociedade sem perspectivas é uma sociedade sem rumo e... como tal sem vontade de se fazer à vida!! esse sim é o problema... Por isso digo que concordo e discordo!
ResponderEliminarTiago, entendo-te e entendo a analogia, afinal de contas tenho um primo que é surfista e faz do surf a sua vida profissional. Vejo-o diversas vezes remar remar remar, e às vezes mesmo sem perspectiva, mas até hoje continua em cima da prancha. E tu pelos 10 anos que levas também.
ResponderEliminarTambém percebo de marés, não só das que sobem e descem com influência da Lua, mas percebo também das marés da multidão, percebo um bocadinho, e o suficiente que por vezes nem é preciso ir contra, é só chegar para o lado, deixar passar e seguir o rumo que queremos.
Boas ondas.
Há uma ideia muito século XX, de que um canudo na mão abre todas as portas. Lembro-me perfeitamente que para os pais dos meus amigos da escola essa era a grande quimera ... meter os filhos na faculdade. Curiosamente, o meu pai, licenciado em Matemática dizia-me:
ResponderEliminar- O que importa é seres o melhor naquilo que fazes. Podes ser o que quiseres, fazer o que quiseres. Se fores o melhor, tens a vida feita. Sejas pedreiro, electricista ou engenheiro.
A única coisa que o pessoal se pode queixar, é que para um português pode dar mais trabalho mostrar que é o melhor. Ou arranja um oásis onde trabalhar, ou então mais vale ir para o estrangeiro. Mas isso, desde remotas épocas, nunca foi impedimento para nenhum português.
Excelente post Ricardo... inspirador (para quem ainda precisa de inspiração), não é o meu caso que tb me "fiz à estrad"a há 2 anos e nunca fui tão feliz.
ResponderEliminarMas revejo uma geração mais nova na letra desta musica, principalmente no que diz respeito à exploração dos recém-licenciados por parte das empresas que só querem mão-de.obra gratuita.
Que os tempos são duros é sabido por todos, é nesta fase que se seleccionam os lutadores dos conformistas.
Agora diz lá...a "Mónica" dos agradecimentos sou eu??? hehehehe (estou a brincar)
beijinhos
És o maior Ricardo. Há verdades que têm de ser ditas :)
ResponderEliminarOlá Ricardo, bom texto e tema para abanar as águas. Na minha opinião, não havia necessidade da referência ao recrutamento/empresa em concreto...passa a ideia que era só ai que querias chegar. Não te desejo boa sorte, porque a sorte procura-se, prefiro antes Bom trabalho!
ResponderEliminarSabes Nuno, não era só aí que queria chegar, mas também queria passar por lá.
ResponderEliminarTenho vagas na minha equipa, e tenho recebido respostas negativas de pessoas que se queixam de estarmos muito longe de Lisboa. Estou a 2 horas e meia de lisboa. Tive dias em que fiz 3 horas de Almada à Capital, mas para quê mudar não é? Se já tenho tudo na casinha dos pais porquê ir procurar mais longe?
Forte Abraço.